Civilização Islâmica

No século VII, Maomé, um caravaneiro que já conhecia religiões monoteístas, o Cristianismo e o Judaísmo, fundou uma nova religião monoteísta, o Islamismo. Dizia-se enviado de Alá, ou seja, o deus único, começando a pregar esta nova religião na sua terra natal, Meca, por volta de 610. No entanto, esta nova religião não foi bem aceite pelos ricos mercadores da cidade, facto que provocou a sua fuga (hégira) para Medina, em 622. Este acontecimento marca o início da era muçulmana (ano 622).

O Islamismo conquistou progressivamente mais crentes e Maomé regressou a Meca, em 630, depois de ter reunido um grupo de seguidores. Meca tornou-se então, o centro da nova religião e Medina a capital do Islão.
Os Cinco Pilares do Islamismo são os cinco princípios básicos do islamismo.
Fé (Shahada): Só Alá é Deus (crença na religião e doutrina)
Oração(Salat): cinco vezes ao dia, com o rosto virado para Meca.
Jejum(Sawm): Ramadão
Zahat: Dar esmola aos pobres
Peregrinação (Hagg): Ir a Meca, pelo menos uma vez na vida
A oração islâmica: ”Só Deus é grande
                                Declaro que só Alá é Deus
                                Declaro que Maomé é o mensageiro de Alá
                                Venham para a prece;
                                Venham para a Salvação
                                Só Deus é grande,
                                Só Alá é Deus”

Informação retirada de: Crisanto, Natércia; Rodrigues, A. Simões e Mendes, J. Amado, “Novo História 7”, Porto Editora, Coimbra, 1998.




"1. Em nome de Deus, beneficente e misericordioso! (...)
5. A Ti, somente adoramos; de Ti somente esperamos socorro! (...)
177. (...) Reto é quem crê em Deus, no Último Dia, nos anjos, no Livro e nos profetas; quem dá dinheiro por seu amor aos parentes, órfãs, pobres, ao viajante, aos mendigos e para o resgate de escravos. Os que fazem a oração e dão esmolas (...).
183. Ó vós que credes! Prescreve-se-vos o jejum, de maneira idêntica à que se prescreveu ao que vos precederam - para que tenhais temor a Deus. (...)                   
197. A peregrinação efetua-se em meses determinados. Quem se disponha a fazer  a peregrinação, não pecará, nem discutirá na peregrinação."



Alcorão, Mem Martins, Europa-América, cap. I. pp 19,38-39 e 41




1- Após leres, com atenção, estes excertos do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, identifica os cinco princípios básicos desta religião, que parecenças diferenças encontras?




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O Mundo Muçulmano em Expansão

No século VII, nasceu na Arábia, uma nova religião monoteísta, o islamismo, pregada por Maomé, o seu profeta. Unidos por esta religião, os Muçulmanos expandiram-se da Ásia à Península Ibérica. Esta expansão deveu-se, principalmente, a razões religiosas, desejo de espalhar a sua religião, e económicas, domínio das rotas comerciais que ligavam o oriente ao ocidente e desejo de alargar a sua influência comercial a outras regiões.
A expansão muçulmana facilitou o contacto com diferentes povos, o que possibilitou a aquisição de novos conhecimentos. Os muçulmanos, não só divulgaram esses conhecimentos por todo o seu império, mas foram também originais nas ciências e na arte.
Algum tempo após a ocupação muçulmana da península ibérica, iniciou-se o movimento de Reconquista Cristã. Apesar dos contrastes religiosos, culturais e económicos entre as duas civilizações, houve períodos  de paz e convivência baseados no respeito e na tolerância.
Do movimento de Reconquista surgiram os reinos de Leão, Castela, navarra e Aragão. O apoio da Europa cristã e as lutas internas entre muçulmanos contribuíram para o avanço da Península Ibérica

As Condições

Quando Maomé morreu, em 632, o Islão era uma grande força. a condução dos muçulmanos coube então a um califa, nome que tomaram os chefes islâmicos após a morte do profeta, e que significa, em árabe, "sucessor" ou "representante". Animados por uma fé que garantia o paraíso a quem combatia na Djihad (Guerra Santa), levaram os seus exércitos para lá da Arábia Ocidental, onde nascera a nova religião.
Em 634 já tinham dominado toda a Arábia, e dirigiam-se para os mares Negro e Cáspio; para oeste, conquistando todo o Norte de África e a Península Ibérica; e para leste até ao rio Indo. Formou-se então um enorme império que a partir de 661 teve a capital em Damasco, na Síria.
Os primeiros califas não impuseram a sua religião aos povos conquistados, no entanto obrigaram-nos a um pagamento de tributos.
Em 762, uma nova dinastia de califas transferiu a capital do império para Bagdade, nas margens do rio Tigre. Por essa mesma altura a unidade política do império começou a quebrar-se com muitas províncias a afirmarem a sua independência relativamente à capital. No século X, o chefe do reino de Córdova-- o Estado muçulmano da Península Ibérica--  intitulou-se califa. O mesmo aconteceu no Egito, quando os califas fatimidas ocuparam o território.


   Fonte: almanaque.abril.com.br


A Civilização Islâmica e a sua Herança no mundo ocidental

Ao dominar regiões que iam desde a Península Ibérica, Norte de África, Pérsia, Egito, até ao Extremo Oriente (Índia), os Muçulmanos passaram a estar em contacto com culturas diversificadas. Puderam, assim, desempenhar um papel unificador e transmissor dos vários aspectos culturais e de invenções que foram de grande importância para o desenvolvimento de civilização ocidental. Exerceram um papel de intermediários, e a sua cultura foi uma síntese das várias civilizações que influenciaram o Islão.
Ao mesmo tempo que divulgavam a sua cultura, assimilavam aspectos culturais de outros povos, como, por exemplo, da Grécia, Pérsia, China e Índia.


Arquivo pessoal: Granada

Os Muçulmanos aprenderam, com os chineses, a técnica do fabrico de papel, transmitindo, depois, este processo à Europa. Os algarismos árabes foram trazidos da Índia e introduzidos no Ocidente, onde se difundiram.

Debruçaram-se sobre a cultura clássica, particularmente nos aspectos científicos e filosóficos. As suas tradições chegaram ao mundo ocidental. Ao mesmo tempo criaram uma cultura própria.
Na medicina desenvolveram a teoria Grega, através da observação prática e da experiência (Avicena). Deixaram ainda contributos significativos nos domínios da matemática, da física e da química. A moderna matemática é, em parte, baseada nas suas teorias.
Desenvolveram a filosofia, onde se distinguiu o filósofo Averróis, que estudo Aristóteles e o deu a conhecer ao mundo ocidental. Criaram bibliotecas, fundaram escolas. La Medersa era a universidade do mundo árabe, durante a idade média.
Na arquitectura salienta-se a construção das mesquitas, cuja decoração exterior, contém lindíssimos azulejos e trabalhos em estuque, com desenhos denominados “arabescos”
Distinguiram-se e ainda hoje se distinguem na tapeçariacerâmica, no entalhe em marfim e madeira, no trabalho dos metais, do couro, do vidro e ainda do fabrico de tecidos.
Mas não foi só no campo da cultura que os Muçulmanos deixaram a sua herança no ocidente. Também na navegação, o seu contributo foi importante, assi como no campo da agricultura, com a introdução de novos sistemas de irrigação, como a nora, e de novas culturas agrícolas: o arroz, a cana-de-açúcar, e árvores de frutos (Laranjeira, Limoeiro).

Crisanto, Natércia; Rodrigues, A. Simões e Mendes, J. Amado, “Novo História 7”, Porto Editora, Coimbra, 1998




A Ocupação Muçulmana e a Reconquista Cristã da Península Ibérica



No ano 711 um exército muçulmano vindo do Norte de África atravessou o estreito de Gibraltar e ocupou praticamente toda a península Ibérica. Comandados por Tarique (Tarik), os Muçulmanos conseguiram, facilmente, vencer os Visigodos (Batalha de Guadalete). Depois tentaram avançar para o reino dos Francos, mas foram derrotados pelas tropas de Carlos Martel na batalha de Poitiers.
Toda a Península Ibérica foi ocupada, excepto as Astúrias. Foi nesta zona, protegida por montanhas, que se refugiaram alguns nobres visigodos cristãos e organizaram um núcleo de resistência, comandado pelo lendário rei Pelágio. Este conseguiu derrotar os Muçulmanos em 722, na Batalha de Covadonga. Esta batalha marca o início da Reconquista Cristã dos territórios ocupados pelos Muçulmanos.
A Reconquista, apoiada pela Igreja Católica e por outros reinos cristãos da Península Ibérica, foi um movimento militar e religioso que se integrou, a partir do Século XI, no contexto das Cruzadas, nas lutas contra os mouros, que eram chamados de infiéis, nesta época, pelos cristãos, e que foram desenvolvidas pela Santa Sé.
1.    Contrastes e formas de relacionamento entre os dois mundos
Durante os anos da ocupação muçulmana da Península Ibérica, Cristãos e Muçulmanos viveram períodos de luta, mas também conviveram pacificamente, desenvolvendo um espírito de tolerância. Alguns cristãos converteram-se ao islamismo e outros mantiveram-se cristãos tendo por isso de pagar um imposto especial, ficaram conhecidos como moçárabes.
A Reconquista cristã fez-se de norte para sul. Assim, a presença muçulmana mais longa no Sul, tendo aí deixado mais marcas. Entre o Norte cristão e o Sul muçulmano existiam muitas diferenças, não só no que se refere à religião, mas também na economia, na cultura e nos costumes.
O Norte cristão mantinha uma cultura pouco desenvolvida, muito marcada pela vida religiosa. A vida era predominantemente rural.
No Sul, os muçulmanos criaram muitas escolas e bibliotecas e desenvolveram uma economia eminentemente urbana e comercial.






Tolerância e Intolerância Religiosa

 “Os extremistas fazem um mau uso do Islão (…) para seu benefício pessoal, ao passo que o Islão é uma religião de fraternidade”. Malala Yousafzai
As origens dos conflitos entre Sunitas e Xiitas
Sunitas e Xiitas são os dois principais ramos do Islão. As suas diferenças surgiram logo após a morte do profeta Maomé, no ani de 632, com a escolha do seu sucessor.
Da sua primeira mulher, Hadija, Maomé,teve uma filha, Fátima, que casou com Ali Bin Talib, primo de profesta. Após a morte de Maomé. Abu Bakr, o pai de Aisha, a última mulher do profeta, foi nomeado como chefe do Islão, o que era contra o desejo de Fátima, que via o seu marido Ali, como o natural sucessor, não só por ser seu primo e genro, mas também por ser o pai dos seus netos.
Devido a esta divergência existiram várias lutas entre os apoiantes dos três primeiros califas: Abu Bakr, Umar e Uthman. Uthman foi assassinado e, em 656, Ali foi designado como o quarto califa. Grande número de pessoas jurou-lhe fidelidade. O governador da Síria, Muawiya, parente do assassinado califa Uthman, recusou fidelidade a Ali, revoltou-se contra ele acusando-o de estar envolvido neste assassinato e proclamou-se califa. O resultado foi um confronto armado entre os dois e a divisão do mundo muçulmano, que perdura até hoje. À morte de Ali, sucedeu-lhe o seu filho mais velho Hussein bin Ali que acabou por assinar um tratado com Muawiya para evitar mais derramamento de sangue.
Yazid, filho e sucessor de Muawiya, pretendeu forçar Hussein a jurar-lhe fidelidade, mas este recusou. Como consequência desta atitude foi assassinado, juntamente com muitos dos seus amigos e familiares, no sul do Iraque, junto da cidade de Karbala. Este assassínio, que ocorreu em 680, ficou conhecido como Shi’at Ali, facção (seguidores) de Ali”, dando origem ao nome Shia ou Sh’ite, o nome da corrente islâmica que apoia a liderança dos descendentes de Ali (Xiitas).

Os sunitas têm as suas raízes históricas na maioria dogrupo que considerou o designado Abu Bakr como sucessor de Maomé, em vez do seu parente Ali. O seu nome provém de Sunnah, que significa “caminho bem trilhado”; “tradição”; “costume”.
"O Fio da História, 7" Leya


Assiste a uma animação sobre a Civilização Islâmica em: Grandes Civilizações: O Islão

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