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O Tigre e o Eufrates são os responsáveis
pelo oásis que é a Mesopotâmia. De facto esta região foi privilegiada
relativamente às suas áreas circundantes. A norte, e de leste a oeste faz
fronteira com as regiões montanhosas de Elam, os montes Zagros e a Arménia, a
sul confina com o deserto da Arábia.
A civilização mesopotâmica teve origem na
Baixa Mesopotâmia, no IV milénio anterior à nossa era. Neste território, reuniram-se diversas populações que fugiam da seca e
encontraram aqui, literalmente, um oásis no meio do deserto. À medida que as
calotas glaciares recuaram, o clima tornou-se gradualmente mais seco, e às
pradarias, sucedeu o deserto. Os vales férteis entre estes dois rios foram o
refúgio e ponto de encontro das várias populações que aqui emergiram e
propiciaram a formação das primeiras sociedades históricas.
Sabemos que os sumérios, não foram os
primeiros a chegar e a estabelecerem-se nesta região. As populações pré-estabelecidas são designadas pelo
nome de assiânicas.
Os sumérios chegaram à zona da foz do Tigre
e do Eufrates no período de Uruk, uns 3500 anos, antes da nossa era. Foi no período
de Uruk que apareceram, pela primeira vez uma serie de elementos de cultura
material característicos da cultura suméria, por exemplo as chancelas
cilíndricas e, principalmente, a escrita, que vai surgir por necessidades
administrativas[1].
[1] Naquet, P. V- & Bertin,
Jacques Atlas Histórico: Da Pré-História Aos Nossos Dias, Lisboa Ed. Círculo
dos Leitores.
As cidades eram organizadas como senhorios
eclesiásticos. O poder está a cargo do En
(Ensi, ou Patesi), sacerdote-senhor, e o templo exerce a função de centro
de actividade política e económica. No entanto, este sistema foi-se
destruindo, cedendo, gradualmente, o lugar ao poder militar[1]. O templo dá lugar ao
palácio e o sacerdote cede o seu lugar de líder político ao lugal (senhor/chefe militar).
“Nas primeiras organizações urbanas da Baixa Mesopotâmia o templo do deus principal da cidade era o centro político e económico da cidade-Estado; mais tarde, a partir do período proto-dinástico Illa (c. 2600-2500 a. C.), e talvez até já um pouco antes, apareceu o palácio como residência do governante da cidade e separado do complexo. Em pouco tempo, o palácio tornou-se o centro da vida social, política e económica da cidade-Estado, embora os templos continuassem os grandes proprietários das terras cerealíferas.” [2]
“Nas primeiras organizações urbanas da Baixa Mesopotâmia o templo do deus principal da cidade era o centro político e económico da cidade-Estado; mais tarde, a partir do período proto-dinástico Illa (c. 2600-2500 a. C.), e talvez até já um pouco antes, apareceu o palácio como residência do governante da cidade e separado do complexo. Em pouco tempo, o palácio tornou-se o centro da vida social, política e económica da cidade-Estado, embora os templos continuassem os grandes proprietários das terras cerealíferas.” [2]
[1]
Diakov. V & Kovalev, S.
História da Antiguidade Oriental. Porto. Ed. Arcádia Limitada
[2]
Bouzon, E. O templo, o palácio e o pequeno
produtor na baixa Mesopotâmia Pré-Sargónica Publicado por: Instituto Oriental
da Universidade de Lisboa URL:http://hdl.handle.net/10316.2/24373 Acedido a:
17-Jun-2015 09:36:37
[1] Presedo, F. J. (2003) Egito: O Império Antigo. In Grande História Universal, As Grandes Civilizações II (599- 631) Alfragide Ed. Ediclube.
[2] Diakov. V & Kovalev, S. História da Antiguidade Oriental. Porto. Ed. Arcádia Limitada
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Para saberes mais sobre esta casa suméria "clica" aqui: Modelo de Uma Casa Suméria
Os Trabalhos Comunitários
A construção de obras de irrigação aumentou
consideravelmente, as forças produtivas, garantindo, também, a rega sistemática
dos campos, ao mesmo tempo que impedia o solo de se tornar pantanoso. Os
excedentes de água eram encaminhados de pontos submersos para reservatórios ou
tanques. No tempo seco, esta água era reencaminhada para os campos através de
canais. Para preservar da inundação as terras baixas, construíram-se diques.
Estes esforços implicavam um trabalho comunitário, e cada vez mais organizado.
O desenvolvimento posterior das forças produtivas (de quem trabalhava) levou ao desaparecimento do
regime comunitário e lança as bases para a formação de grupos,
estratos sociais.[1]
[1] Bouzon, E. O templo, o palácio e o pequeno produtor na baixa Mesopotâmia Pré-Sargónica Publicado por: Instituto Oriental da Universidade de Lisboa URL:http://hdl.handle.net/10316.2/24373 Acedido a: 17-Jun-2015 09:36:37
Para saberes mais sobre a importância da água para esta civilização consulta a página deste blogue com o título : A Água nas Civilizações Mesopotâmica e Egípcia
[1] Bouzon, E. O templo, o palácio e o pequeno produtor na baixa Mesopotâmia Pré-Sargónica Publicado por: Instituto Oriental da Universidade de Lisboa URL:http://hdl.handle.net/10316.2/24373 Acedido a: 17-Jun-2015 09:36:37
Para saberes mais sobre a importância da água para esta civilização consulta a página deste blogue com o título : A Água nas Civilizações Mesopotâmica e Egípcia
Breve História das Cidades Mesopotâmicas
Os sumérios chegaram à zona da foz do Tigre
e do Eufrates no período do apogeu da cidade de Uruk, uns 3500 anos, antes da nossa era. Foi no período
de Uruk que apareceram, pela primeira vez uma serie de elementos de cultura
material característicos da cultura suméria, por exemplo as chancelas
cilíndricas e, principalmente, a escrita, que vai surgir por necessidades
administrativas[1].
O período proto-dinástico recente anuncia os
tempos heroicos da Suméria, da cidade de Kish, cuja primeira dinastia teve
vinte e três reis e reinou durante aproximadamente, vinte e quatro mil
quinhentos e dez anos. Sucedeu-lhe a I dinastia da cidade de Uruk e é nesta
fase que assistimos à crescente militarização do poder político. Gilgamesh
faz parte desta dinastia, mas é Mebarasi, rei de Kish, que irá deter, pela
primeira vez na Suméria, o título de lugal.[2]
É nesta mesma cidade que se construirá o primeiro palácio real independente
do templo. As monarquias começam, gradualmente, a militarizarem-se, e as
rivalidades existentes entre os muitos monarcas das diversas cidades estado
mesopotâmicas, vão acender a corrida, não ao armamento, mas à defesa das
cidades. Apesar das relações entre cidades-estado, serem essencialmente
bélicas, a paz também existiu, e, neste contexto, importantes trocas e
delineações culturais vão ser realizadas. Durante as primeiras dinastias
históricas vamos assistir a uma crescente influência cultural da Mesopotâmia
nas zonas vizinhas, após a conquista de Elam, por Kish. Esta nunca mais voltará
ao seu estado inicial, sofrendo as influências mesopotâmicas e levando-as aos espaços em volta. A Síria é também um bom exemplo e o império Ebla, se existiu e
se transformou em potência, ainda que, rapidamente, foi devido às importantes
influências, das duas potências já existentes, a Mesopotâmia e o Egito (bem como
as guerrilhas entre cidades que as enfraquecia, tornando-as vulneráveis).
Akkad é a região imediatamente a norte da
Suméria, onde muitos povos semitas se instalaram e vai ter um papel fundamental
na unificação, inicial, dos múltiplos estados mesopotâmicos, com a fundação do
Império Acádico.
O fundador do império Acádico foi Sargão,
que curiosamente, tem a mesma sorte que Moisés, também ele encontrado num cesto
à deriva, mas desta vez, no Eufrates. Vai ser protegido da deusa Ishtar que o introduziu na corte do Ur-Zababa, rei de Kish, exercendo funções de escanção. Após se revoltar contra este
rei, abandona a corte e vai erigir, (talvez, nos arredores de Kish, não se sabe a localização
concreta) a sua capital, Akkad.[3]
Pela primeira vez, a Mesopotâmia na sua
totalidade, era concebida como uma unidade política, sendo necessário governar
através de um governo central, um estado único, e esta será a grande vitória
política de Sargão, o seu fundador.
Pela primeira vez, um estado mesopotâmico
dominava de uma maneira estável as regiões do Oriente a Ocidente, Sargão
podia-se intitular, rei da Suméria e de Akkad[4]. Sargão vai centralizar o
poder, substituindo a aristocracia das cidades-estado pela burocracia, através
da concessão de títulos (anteriormente dos monarcas), aos governadores da sua
esfera de influência. Sargão vai secularizar, progressivamente, a propriedade
da terra (nas mãos dos sacerdotes), e beneficiar o incremento do comércio (a
unificação permite a livre circulação de mercadorias em todo o território) e
das atividades artesanais nas cidades. Estas medidas, para além de
revolucionárias, vão ser altamente criticadas, pois põem em causa os
privilégios de um estrato social, que anteriormente possuía o poder
político, vão colocá-lo numa situação de grande fragilidade. Os sucessores são
ambos seus filhos: Rimush e Manishtusu,
que vão ser assassinados, sucedendo-lhes o filho deste último, Naram-Sin, que teve de enfrentar
coligações de vintes reis[5], que ganhou, assumindo-se
como o “Rei das Quatro Regiões[6]”, reforçando o seu poder e
divinizando-o, facto inédito nesta região. Mas os problemas já se começavam a
fazer sentir dentro do Império Acádico, os povos montanheses, vindos do
Zagros, ameaçavam as fronteiras. O seu filho e sucessor, Shar-kali-Sharri, viu-se a braços com várias ameaças, vindas do
exterior, mas também, dentro do Império. As várias cidades cada vez mais se tornavam independentes face ao poder imperial.
Apesar de breve, o Império Acádico teve
consequências decisivas na vida e na economia mesopotâmicas.
O período neo-sumério vê florescer outra
cidade, Uruk e com esta, a instauração
do Império de Ur, por Ur- Namnu. Utu-Hegal é o único
representante da V dinastia de Uruk,
segundo os roles reais[7], e numa campanha rápida,
põe fim ao poder dos gútios, vencendo o seu chefe, Tirigan, expulsando os bárbaros e libertando a Mesopotâmia. No
entanto, também este se declara “Rei das
Quatro Regiões”, clarificando assim, os seus objetivos políticos, A ação
política deste foi, rapidamente, acompanhada por uma reativação da economia, e
por um renascimento cultural, que será continuado pelo império de Ur por Ur-Nammu governador desta cidade, que transferirá o estado para Ur, fundando a III dinastia de Ur. Ur-Namnu conduzirá importantes
trabalhos agrícolas e abertura de canais de rega; construção de fortificações;
obras de embelezamento e, promulgará um código de justiça, do qual pouco se
sabe, mas que foi inédito na Mesopotâmia. Shulgi
vai suceder ao pai, fortalecendo o império de Ur, também este se divinizará, como
os reis de Akkad. O seu reinado vai
adotar algumas medidas administrativas, como a reforma do sistema de pesos e a
reorganização do exército e também políticas internacionais. Shulgi lutou com armas, mas também com a
palavra. Este rei usou a diplomacia, em vários momentos de clara negociação, o
que pressupõe uma outra atitude, relativamente à atividade bélica, mas que não
foi suficiente para conter os novos confrontos que se irão manter no
reinado do seu filho, Amar-Sin. Este
conseguiu conter os confrontos do Zagros e teve um reinado bastante pacífico,
unificado e com grande influência nas potências vizinhas. O sucessor de Amar-Sin foi Shu-Sin que construiu uma linha contínua de defesa, o Muro de Amurru.
O último rei de Ur é Ibbi-Sin, que não
vai conseguir enfrentar a agitação crescente do Elam, e com ele cai Ur. Ibbi-Sin pode ser considerado o
último rei sumério, já que com ele desaparecem da História os Sumérios e a
língua suméria, que já só ainda era utlizada, por ser a língua oficial do
império, mas que já não era uma língua falada
Hammurabi
anuncia o Antigo Império
Babilónico a vai mudar o rumo da História, segundo Josep Padró[8]
Hammurabi
conquista Isin e Uruk após a batalha contra o rei
de Larsa, Rim-Sin em 1786 a.C.. Em
1783 a.C. dirige-se para leste do Tigre e para norte do país de Akkad em 1782, aproveitando as lutas do
rei de Assur.
Como consequência do desmembramento do
Império Assírio e a crescente expansão e importância da Babilónia,
constituíram-se duas coligações na Mesopotâmia, uma agrupando os países do
Tigre, e outra os do Eufrates, desde a Babilónia a Alepo. A guerra estala entre
os estados e a Babilónia sai vitoriosa, e inicia uma campanha militar que termina com a conquista de Mari. O seu reinado, não foi
pacífico nem durante as guerras, nem após a anexação dos vários estados. Para além
da consolidação do poder através de grandes feitos militares, Hammurabi também centralizou o poder de
forma hábil e estratégica, tendo sido um grande legislador.
O último rei da I dinastia da Babilónia foi Samsuditana. Outros povos, como os cassitas (ao redor de Mari, no Eufrates Médio); os hurritas a oeste, na Síria, começavam
expandir-se; e espacialmente, os hititas,
serão os próximos senhores dos destinos deste vale. Em 1595, a dinastia
Amorita, de Hammurabi, caía nas mãos
dos hititas e de mursili I, e com
ela, o que restava da grande obra de Hammurabi.
[1] Naquet, P. V- & Bertin,
Jacques Atlas Histórico: Da Pré-História Aos Nossos Dias, Lisboa Ed. Círculo
dos Leitores.
[2]
Parcerisa, J.P. (2003) A Época
Arcaica da Suméria e de Akkad. In Grande História Universal, As Grandes
Civilizações II (533-549) Alfragide Ed. Ediclube.
[3] Idem.
[3] Idem.
[4] Idem
[5]
Diakov. V & Kovalev, S.
História da Antiguidade Oriental. Porto. Ed. Arcádia Limitada
[6]Idem
[7]
Parcerisa, J.P. (2003) A Época
Arcaica da Suméria e de Akkad. In Grande História Universal, As Grandes
Civilizações II (533-549) Alfragide Ed. Ediclube.
[8]Parcerisa, J.P. (2003) A Formação dos
Grandes Estados Mesopotâmicos. In Grande História Universal, As Grandes
Civilizações II (551- 569) Alfragide Ed. Ediclube.
Assiste a uma animação sobre a Mesopotâmia em:
Grandes Civilizações: Mesopotâmia I
Grandes Civilizações: Mesopotâmia II
Grandes Civilizações: Mesopotâmia I
Grandes Civilizações: Mesopotâmia II
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